NALDOVELHO
    Naquela
casa reina o silêncio,
    portas,
estranhamente, fechadas
    e
num canto da varanda 
    um
cachorro distraído 
    rói
um osso e nem percebe
    a
minha presença por aqui.
    A
rede vazia, recolhida, entristecida,
    sente
falta de nós dois.
    Um
vento suave acaricia
samambaia,
    um
vaso de pálidas begônias
    um
tanto ou quanto ressequidas
    e
a sensação de ouvir sua voz,
    de
escutar seus passos, 
    de
sentir seus braços,
    o
cheiro do seu corpo, 
    sua
assombração! 
    Na
lateral da casa,
    onde
antes existia uma garagem, 
    uma
parreira de uvas verdes e azedas.
    Na
frente: flamboyant vermelho
    saúda alegremente o verão. 
    No
portão um aviso:
    mudou-se
daqui faz tempo
    e
nem endereço deixou.
    E
eu nem sei por quê
    fico
insistindo 
    em
voltar por aqui! 
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