quarta-feira, 13 de novembro de 2013

BELEZA PERVERSA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   Eu vejo uma beleza perversa
   no poema que transpira novembro
   num misto de sombra e sussurro,
   palavras presas num quarto escuro,
   entardecer numa cidade deserta
   e um vento nostálgico que alerta
   que apesar de ter derrubado muitos muros,
   muitos outros ainda teimam em me aprisionar.

   Eu vejo uma aspereza sombria
   nas palavras que me causam arrepio,
   num misto de sonho e loucura,
   de intimidades reveladas, ternura,
   demônios apaziguados, faz tempo,
   amores eternizados lá dentro,
   pois por mais que ele tenha tentado,
   o mundo não conseguiu me devorar.

   Eu vejo uma certa suavidade na tarde
   que inunda meu coração de saudade,
   palavras, cores, fragrâncias,
   músicas que não me saem da lembrança,
   e aquela beleza perversa
   do poema que transpira novembro,
   se eu bem me lembro, tarde chuvosa,
   um beijo de adeus, um sussurro...

   Eu nunca vou deixar de te amar!

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