terça-feira, 13 de novembro de 2012

NO FIO DA NAVALHA (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   No fio da navalha
   um olhar, meio assim, sem juízo,
   uma estranha sensação de loucura
   e o arrepio do abismo
   toda a vez que eu me aproximo de você.

   E a vida escoa impunemente,
   pois a saudade que se tem
   é quase nada, uma bobagem!
   quando o seu carinho diz: presente!

   No fio da navalha
   dias e noites em clausura
   e na poesia de acidentados caminhos
   a necessidade de dissolver os espinhos,
   e o medo de não conseguir compreender.

   Pois a dança do tempo se revela
   numa deliciosa sensação de ternura,
   pois toda a vez que eu acordo ao seu lado
   percebo que ainda há muito o quê viver.

   No fio da navalha,
   as horas agonizam aprisionadas
   no medo de se acordar de repente
   e descobrir que foi só um sonho bom,
   o amor que existia é passado
   e não há mais nada que possamos fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário