Por onde andará o poeta
quando ele de mim se
ausenta?
Quais caminhos ele
insanamente percorre?
Com quais enredos
atrevidamente se envolve?
Quais sementes ele
trará para os versos?
Quantas histórias em
sua memória?
Quantas vivências
assimiladas?
Quantas vertentes por
ele exploradas?
Por onde andará o poeta
quando ele de mim se
ausenta?
Por mais que eu tente
não consigo imaginar,
por tão limitada à
visão do mortal que questiona,
a ilimitada vontade do
imortal que impulsiona,
por onde andará o poeta
quando ele de mim se
ausenta?
Será que por abismos
trevosos?
Será que por paraísos
perdidos?
Quantos amores terão
suas marcas?
Quanta saudade existirá
em seu peito?
Quanto do homem que
hoje existe
terá sido construído a
partir dos seus sonhos?
Por onde andará o poeta
que vez por outra me habita?
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