domingo, 18 de setembro de 2011

DIAS DE CALMARIA (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO
  
   Aos poetas:
   a palavra e seus significados;
   para que possam desconstruir o tempo,
   dissolver coisas cristalizadas,
   revelar segredos, tecer enredos
   como quem constrói uma teia.

   O poeta é como uma aranha,
   sutil artimanha
   a devorar o verbo em suas entranhas,
   para depois vomitá-los poemas...
   Natureza de um tolo,
   prisioneiro de sua imensidão.

   Sobrou, então, o silêncio
   das noites choradas pra dentro,
   dos dias de calmaria, faz tempo...
   Inquietude que não vai embora,
   e eu nem sei explicar o porquê!

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