NALDOVELHO
Madrugada
nublada
de
uma noite mal dormida,
na
realidade não dormida,
e a
minha poesia,
presa entre os dedos.
presa entre os dedos.
Aos
poucos, ainda meio tonto,
meio
troncho, meio qualquer coisa,
tipo
barro, quase tijolo,
meio
poeta, meio escombros.
O
poema a que me obrigo,
tem
um quê de áspero, corrosivo.
As
lágrimas brotam doídas,
palavras
duras, versos em carne viva.
Agora,
seis e dezenove!
O
sol nasceu e nem pediu licença!
Manhã
cinzenta de novembro,
nuvens
insolentes pelo ar.
Seis
e trinta e cinco!
Um
café bem quente e, eu percebo:
as
rosas no vaso murcharam.
Ao
fundo, Nana Caymmi, lembra você.
Poema
que não pediu pra nascer!
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