Em silêncio
remexo em meus guardados,
minhas
memórias, minhas histórias...
O quarto em
penumbra e um certo perfume
toma conta do
ambiente.
Olho pela
janela e lá fora chove,
chuva fina e
insistente.
Aqui dentro a
lágrima,
teimosa e
impertinente.
Faz tempo
mandei a saudade ir embora...
De nada
adiantou, ela não foi!
Já não bebo
mais Martines
e o que ficou
foi o vazio;
vazio dos
dias sonolentos.
Rádio e
televisão desligados
e um livro
chato fechado sobre a mesa.
O título? Da
Janela Do Meu Quarto.
O autor? Já
não o reconheço!
Provavelmente
um romântico,
um desses que
o vazio dos dias calou.
Acendo um
cigarro
e o que eu
trago é amargo...
Melhor pintar
um novo quadro,
mais uma
paisagem deserta,
gélida e
monocromática.
Violão nem
pensar!
Os acordes
teimam em me contrariar.
Da casa
vizinha, janela ao lado,
o som de um
piano incomoda...
A mesma
música de sempre:
“Eu sei que
eu vou te amar,
por toda a
minha vida eu vou te amar”.
Temo que esta
música
nunca mais vá
parar de tocar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário