NALDOVELHO
Linhas
traçadas
coexistências
embaraçadas,
palavras
entrelaçadas,
quarta
gaveta, lado esquerdo do peito.
Poema
de amor proscrito
entre
o poeta e a meretriz.
Um
bolero arrastado,
a
compor tristemente o cenário,
uma
garrafa de vinho tinto,
outra
de Martine Bianco,
ambas,
pra baixo da metade.
Marcas de batom no corpo,
Marcas de batom no corpo,
na
camisa e no copo.
Cinco
horas da manhã!
O
garçom sinaliza nervoso,
já
é madrugada, faz frio lá fora,
peço
a conta e percebo em teus olhos
um
até breve, até quando?
Agora,
já passam das seis!
Manhã
nublada de maio,
um
gole de café requentado,
não
dá pra esquecer o cigarro,
nem
o poema de amor proscrito,
banido
antes mesmo
de
ter sido escrito.
Melhor
ir pra casa e dormir.
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