NALDOVELHO
Uma pirueta na beira do abismo,
um beijo molhado de mel e veneno.
Outra pirueta, um salto mortal.
Salgado é o bico, suor em teus seios.
Uma corda estendida, sou equilibrista!
Não balança o arame se não eu caio.
Quem tirou a rede que devia me proteger?
Agora o trapézio, ainda existe o abismo,
e o veneno que brota, do teu corpo molhado,
se eu bebo depressa me embriago,
meio trôpego escorrego, tropeço e caio,
agarro-me em frestas, escarpas, escamas.
O que será que este peixe veio fazer por
aqui?
Quem sabe no fundo do abismo que eu ouso
exista um lago para matar minha sede?
Quem sabe este lago seja de águas
tranquilas?
Quem sabe este corpo enroscado ao
meu corpo,
seja a razão e a loucura que eu tanto
preciso.
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