domingo, 18 de setembro de 2011

OLHOS DE COLHER HORIZONTES (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Alongar olhos de colher horizontes
   é porta aberta para o milagre
   de conseguir gerar energias
   nos pequenos gestos de delicadeza, 
   na certeza de perceber o significado
   da luz do sol de um novo dia,
   do riso aberto da criança inocente,
   da brisa macia de um fim de tarde,
   da magia de uma lua cheia e exibida, 
   das madrugadas molhadas de orvalho,
   das águas do mar esculpindo o rochedo,
   da chuva fina a lavar os meus medos,
   do braço do amigo que existe ao meu lado,
   da carícia da mulher amada,
   da passarada que invadiu minha sala
   e eu não tenho coragem de espantar,
   do trigo florescendo nos campos,
   das lágrimas que choramos sensíveis
   pela emoção que hoje temos possível,
   dos colibris que moram em meu jardim,
   das palavras que eu colho e guardo,
   do verbo que eu chamo Sagrado,
   do coração que suaviza a razão,
   dos anjos que eu preservo em meu peito,
   apesar da morte que espreita em meu leito,
   pois a cada poema que eu planto 
   mais acredito na existência de Deus. 

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