NALDOVELHO
Tem dias que eu
derramo
coisas ácidas
pelo caminho,
tipo intempéries
da alma,
nada que se
aproveite depois,
e ao olhar para
traz eu percebo
minha história em
decomposição.
Tem dias que eu
desprezo
as flores e colho
os espinhos,
e por mais que
critiquem minha loucura,
teimo em fazer
sangrias
na pele
ressequida pela solidão.
Tem dias que
brinco
de colecionar
filetes de pedra,
e por mais que
lhes possa parecer estranho,
com eles cometo
poesia de pura transgressão.
Tem dias que as
palavras maceram poemas sujos,
beija-flor vez
por outra mergulha no mangue...
Faz parte da
evolução.
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