terça-feira, 7 de maio de 2013

NA ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


    NALDOVELHO

   Na última sessão de cinema
   do poeirinha, lá perto de casa,
   personagens entristecidos
   aprisionados aos seus ais,
   num filme feito faz tempo,
   onde a mocinha na última cena diz:
   afinal, amanhã será um novo dia!

   Na última sessão de cinema,
   um jovem aprisionado as horas
   e de braços dados com a solidão,
   só sabe que chove lá fora,
   e que o pai da menina bonitinha
   não permite que ela namore,
   e acha que a dor de não poder,
   nem o vento e a chuva
   vão conseguir dissolver.

   Na última sessão de cinema,
   a vontade de não ir embora
   e um não saber como fazer direito,
   pois as esquinas são frias e desertas,
   e ainda que amanhã seja um novo dia,
   de que adianta, se eu não vou poder te ver.

   E no poeirinha, perto de casa,
   o lanterninha avisa que já é hora!
   e que o vento levou os meus sonhos,
   e fez com que surgisse um poeta
   que até hoje tenta escrever um poema
   que exorcize a última sessão de cinema,
   pois afinal, amanhã será um novo dia,
   quem sabe eu consiga te esquecer?

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