sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

HÁ QUEM DIGA MUITA COISA! (LUZ E SOMBRAS)


    NALDOVELHO

    Havia um cheiro de nostalgia
    nas palavras que ele inventava.

    Há quem diga que ele gostava
    de se vestir de outono,
    só pra ficar patente os caminhos
    que ele fora obrigado a trilhar,
    e que costumava ficar abraçado à saudade
    de um tempo que não existira
    e que por isso ele inventava
    os amores que tivera que abandonar.

    Havia toda uma viscosidade tênue
    nas palavras que ele costumava macerar.

    Há quem diga que elas eram ardidas,
    secreção originada das feridas
    que o tempo não conseguira cicatrizar,
    e que toda a vez que elas escorriam
    o poeta transmitia um pouco
    dos sonhos que não ousara sonhar.

    Há quem diga muita coisa!
    Mas só o poema sabia
    dos fantasmas que moravam
    naquele lugar.  

5 comentários:

  1. Os poemas sabem de tudo ....
    Vão além do inconsciente ...

    Parabéns, Naldo!

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  2. Ai, que coisa mais linda, Naldo, vc é um poeta de mão cheia, nos vemos amanhã, bjs!

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  3. Um belo expurgo da alma, poeta.
    Nostálgicos e sensíveis versos... parabéns!
    Abraço,
    Janaína da Cunha

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  4. Olá amigo,

    Simplesmente lindo!!!!!!!!!!
    Obrigada por me dar a oportunidade de estar aqui, participando da festa que é ler seus poemas!!!

    Abraços,

    Deise Puga

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