NALDOVELHO
Solidão é
casa
que me aprisiona
por dentro,
refúgio de
um louco,
já nem
lembro há quanto tempo,
só sei que
longe dela
minhas
pernas tremem,
não consigo caminhar.
Solidão é
vento
que acaricia
meu rosto,
afaga meus
cabelos,
beija a
minha boca,
escuta meus segredos,
lamentos,
enredos,
rotas de
desassossegos.
Solidão é
água,
que envolve o
meu corpo,
mata minha
sede,
transforma dor
em poema,
já não sei
viver sem ela,
prisioneiro que
sou
dessa mania de sonhar.
Solidão é labirinto,
garrafa inteira
de absinto,
sangria
desatada, estiagem,
e tudo isto
ao som de um bolero,
com um quê
de quero e não quero,
teia que me
aprisiona ao passado,
encantamento
que não quero quebrar.
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