NALDOVELHO
Sob o manto
da inquietude
o tempo se
debate,
abre sulcos
em meu rosto,
enrijece minhas
veias,
minhas pernas
enfraquecidas,
já não posso
mais ousar.
Sob o manto
da inquietude
muitas portas,
amplitudes,
uma casa
abandonada,
madrugadas
pelas ruas,
amadureço
pela vida
destilando
minha loucura.
Sob o manto
da inquietude
muitos sonhos,
muitas perdas,
e os amores
que eu tentei
deixaram
marcas, incertezas,
mas teve
aquela que ficou
e trouxe paz
ao invés de dor.
Sob o manto
da inquietude
deixei sementes,
meus poemas,
o meu sangue
em suas veias
e um baú de
delicadezas
que eu levo,
certamente, comigo
no dia que
eu partir.
Sob o manto
da inquietude
eu vivi e
deixei viver.
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