NALDOVELHO
Havia um
casarão abandonado
na entrada
daquela rua,
e num imenso
quintal
uma
mangueira frondosa escondia
morcegos e
fantasmas.
Manga
daquele pé ninguém colhia,
caiam no
chão e apodreciam.
Medo de
virar vampiro,
ou então
alma penada.
Na entrada
daquela rua
um casarão
abandonado,
por lá
muitas histórias,
os antigos é
que contavam.
Um dia, um
cabra arretado
trouxe um
machado
e derrubou a
mangueira,
depois
vieram as máquinas,
e lá se foi
o casarão.
Na entrada
daquela rua
um terreno
baldio
e por lá fantasmas e
morcegos.
Brincar
naquele lugar
ninguém queria,
medo de
virar alma penada
ou então
vampiro.
Um dia
vieram os homens,
ergueram um novo casarão,
e abriram um
orfanato,
e naquele imenso
quintal
plantaram muitas
árvores
para acolher
os morcegos,
e no fundo
do terreno
construíram
uma capela,
só para
abrigar os fantasmas.
Parece que o
padre
que toma
conta do orfanato
fez com eles
um trato:
o padre no
altar,
os fantasmas
na sacristia,
e os
morcegos nas árvores
tomando
conta dos pecados
que o povo gosta
de praticar.
Se confessar
naquela capela
ninguém queria!
Medo de
ficar órfão
e ter que
morar no casarão.
Eu é que não
vou lá!
Medo de
virar vampiro.
Alma penada
então:
nem pensar!
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