NALDOVELHO
Ah! Este
sossego de águas mornas,
de vento
macio a causar arrepio,
de amenidades
das horas
que às vezes são tão generosas comigo,
de manhãs
suaves de setembro,
de azaleias floridas
na janela,
de
passarinhada na amoreira,
de não
querer saber do mundo lá fora,
de
aconchego, quietude, silêncio,
de poesia
sendo gestada aqui dentro.
Ah! Este sossego
construído faz tempo
por estradas
acidentadas, ardências,
inquietudes,
loucuras, querências,
de cicatrizes
espalhadas pelo corpo,
já não doem,
mais parecem medalhas,
coisa
adquirida nas esquinas desta vida
e no labutar
constante nos escombros
na busca de me
reconstruir por inteiro,
pois ainda que me faltem pedaços,
eu os preencho quando estou em teus braços.
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