NALDOVELHO
Perguntei a uma estrela que eu via, se lá nos
longes existia um mundo melhor para se viver.
Uma voz me respondeu que não, pois a luz que
eu via já não existia e que o mundo que por lá luzia, faz tempo não mais havia.
Perguntei então, que milagre era aquele da
voz que me respondia?
E a voz respondeu que o tempo era uma ilusão,
e que provavelmente alguém que dos longes nos via, não sabia que há muito nós
também já não existíamos.
Fiquei assustado e perguntei se olhássemos ao
contrário, na busca de quem dos longes nos via, teríamos então a compreensão?
E a voz respondeu que não, pois quem dos
longes nos via ainda não existia, e que o tempo era como uma teia e que aquele
pedaço no espaço ainda estava em construção.
E a voz em tom assustador me disse que se
misturássemos os fios, dobrássemos e redobrássemos a teia, até alcançarmos um
ínfimo pedaço, passado, presente e futuro, comprimidos num só espaço causariam
uma enorme explosão.
Quem sabe se começássemos de novo, poderíamos
ter um mundo melhor?
E a voz finalmente respondeu que tudo tem o
seu tempo certo e que era melhor eu voltar para os poemas e deixar estas coisas na
mão de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário