NALDOVELHO
E eu sabia que aquela tarde havia
devorado meus sonhos,
o mês era de inverno, e a chuva fina
em meu rosto
a disfarçava as lágrimas, mas ainda
assim eu sorria.
E eu vi o nosso amor morrer todos os
dias um pouco mais,
pois havia enveredado pelas trilhas
da paixão.
E eu sabia daquela casa que acolhia
meus fantasmas,
dias friorentos de junho, e por lá eu
também me refugiava
na esperança de te esquecer.
E eu assistia o tempo a devorar meus sentimentos,
até que um dia eu precisei sair dali,
até que um dia eu tomei coragem e
parti.
Hoje quando eu volto e passo em
frente aquela casa,
percebo fantasmas na varanda, escuto
vozes na sala,
apesar das janelas trancadas, eu
penso que ainda moras ali.
E eu sabia que um dia, qualquer dia, nós
iríamos nos rever,
só não sabia que eu ainda iria
sofrer.
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