NALDOVELHO
Sentimentos,
urgências, gasturas,
num misto de
carência e loucura,
faz tempo eu
perdi a hora,
perdi o
trem, a viagem, a coragem
e fico de um
lado para o outro
aprisionado
a este lugar.
A suavidade
de um piano
desentranha meus
desenganos
e um
trompete insidioso
embaralha
realidade e sonho
e traz a
danada da nostalgia,
contamina
todo o ar!
Ainda gosto
do sereno da noite,
perco horas
em minha janela,
alinhavando
em minha mente
histórias
que eu possa contar.
Memórias,
fantasias, coisas preciosas
que eu teimo
em guardar.
Já não tenho
vinte e poucos anos,
os cabelos
embranquecidos,
os olhos
entristecidos,
Chet Baker a
infernizar meus ouvidos,
e por mais
que eu implore
ele não para
de tocar.
Sinto falta
de um cigarro
e ainda
sonho com um conhaque.
Já não tenho
muitos planos,
minhas
pernas andam fracas,
me emociono
facilmente
e não
consigo disfarçar.
Na mesinha
de cabeceira,
um relógio
quebrado,
um porta-retratos
vazio,
um livro de
poesia,
um terço e
minhas guias.
Ultimamente
dei pra rezar.
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