NALDOVELHO
Nas paredes
da minha casa
eu percebo
pequenas ranhuras,
minúsculas
rachaduras.
Delas brotam
gotículas,
como se a
casa toda transpirasse
pelo esforço
de me manter
vivo e
protegido.
Percebo
também
que paredes
têm ouvidos
e que com
elas eu posso conversar.
Prestando
bem atenção,
chego a
ouvir
batidas de
um coração.
Já sei quando estão felizes,
sei até
quando estão zangadas,
elas não
conseguem disfarçar.
Ontem por exemplo
eu percebi
paredes
entristecidas!
Acho que
elas sofrem comigo...
Toda a vez
que escrevo
sobre
saudade ou nostalgia,
eu o faço nos
braços de um bolero,
ou então sob a melancólica ardência
de um cool jazz.
de um cool jazz.
Preciso
ensinar as paredes
que elas não
precisam se desesperar,
é só poesia!
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