NALDOVELHO
A noite veio
assuntar a menina,
chamou-a
pelo seu nome de princesa
e trouxe
braçadas de estrelas
para poderem
brincar.
Algumas, exuberantes,
mais parecem diamantes;
outras pequeninas,
pontinhos brilhantes,
lembram
purpurina.
A menina adora
ficar na janela
imaginando
histórias,
passa horas
e horas
conversando
com os pontinhos no céu,
estrelas que
a noite não trouxe para brincar,
deixou lá nos distantes.
Às vezes
vagalume vira estrela,
e a menina caí
na risada e inventa que é cadente.
A mãe anda
preocupada,
acha que ela
sonha demais.
Outro dia entrou
de repente no quarto
e pegou a menina
escrevendo num diário.
A menina
disse que eram poemas.
A mãe ficou
mais preocupada ainda,
tanto, que anda
até procurando uma rezadeira.
Mas parece
que isto não tem cura!
Tem gente
que vive uma vida inteira procurando
e não
consegue sarar.
A noite adora
beijar os olhos da menina,
diz que é
para ela melhor sonhar.
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