NALDOVELHO
Um olhar, um sorriso, o assombro,
a fragilidade de uma chama
que um vento perverso atiça,
a fumaça do cigarro, ainda me
lembro:
anoitece , primavera, novembro,
uma xícara de café no bar da esquina,
que a mão trêmula do poeta derrama,
o olhar provocante da menina,
a tênue linha que esticada exclama,
a possibilidade da água
que o homem sedento reclama!
Naquele instante tocava um bolero.
Desliga esta música, eu reclamo!
Ou então coloca algo que preste,
meus ouvidos já não reagem como
antes,
se continuar com esta música eu
choro,
ou então saio pelas ruas
aos trancos e barrancos, aos
tombos...
Melhor nem olhar para trás!
Poesia demais enlouquece,
já faz muito tempo, não adianta
mentir.
E o trem que continua atrasado,
e a ternura deixada de lado,
melhor ir pra casa dormir!
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