quinta-feira, 17 de abril de 2014

MEU PRANTO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

    NALDOVELHO

    Meu pranto às vezes é rio
    que me inunda por dentro,
    é respiração afrontada
    que denuncia o cansaço,
    é olhar tristonho
    que sente falta dos seus braços,
    é a insônia insistente
    que traz aridez pra dentro do quarto.

    Meu pranto às vezes é chuva
    que molha meu corpo sedento,
    é tarde friorenta de inverno,
    é um amontoado de significados:
    nostalgia, saudade, ternura;
    é o carinho de um sorriso ofertado
    na lembrança de um tempo
    que ficou para traz.

    Meu pranto às vezes é acido
    e deixa cicatrizes em meu rosto,
    evidência do meu desconforto,
    das muitas colheitas erradas,
    e às vezes parece faltar um pedaço,
    meus olhos já não enxergam tão bem,
    e o meu coração bate desanimado
    pela falta que você me faz.

    Meu pranto quase sempre é poema,
    palavras destiladas, demência,
    veneno correndo nas veias,
    e em minha bagagem, urgências,
    contra baixo, trompete e piano,
    e o meu ouvido a confundir as coisas,
    às vezes meu pranto parece um blues,
    hoje por exemplo o que eu escuto é jazz.



5 comentários:

  1. Naldo nem sei o que dizer... Tão belo! Desejo apenas que o pranto passe e a poesia permaneça linda como sempre.

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  2. Naldo nem sei o que dizer... Belo!. Desejo que o pranto passe e que a poesia permaneça maravilhosa como sempre! Grande abraço.

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  3. Muito intenso,emotivo...coisa de poeta mesmo!!!
    Adorei!
    Como deve ser bom ter sempre poesia para descrever sentimentos que a vida nos proporciona!

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  4. lindo demais esse poema é sentimento do primeiro ao ultimo verso é o coração que fala com pureza de amor !!! beijos

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  5. Caro poeta, tuas palavras exprimem tudo o que se pode ser sentido n'alma...
    Sentir o poeta é mergulhar nas tuas palavras...
    Ser poeta é ser Naldo Velho!

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