NALDOVELHO
Todo mundo tem uma casa,
nem que seja só uma casca,
uma sombra de marquise,
um banco de jardim,
um banco de jardim,
uma proteção de viaduto,
um pedacinho de rua,
uma esquina, não importa!
uma esquina, não importa!
pode ser até um beco sombrio,
um lugar que ele chame de seu.
Eu por exemplo,
tenho uma pequena
e sossegada casinha
no lado escuro da lua
e é lá que eu me refugio
toda a vez que sinto saudade
de alguma coisa ou de alguém.
E aí, mergulho no silêncio,
e só volto para o mundo das pessoas
quando desencravo um poema
que cure a nostalgia que arde,
e me restabeleça a vontade
de viver e caminhar por lugares
que não são os meus.
Outro dia uma pessoa
me ofereceu um cantinho,
segundo ela, tranquilo e
aconchegante,
uma reentrância num rochedo
lá pros lados do fim do mundo.
Eu hem! Quero não!
Oferta estranha...
Prefiro o lado escuro da lua,
pois já me disseram
que quem vai pro fim do mundo
nunca mais volta de lá.
Gostei do seu poema. Parabéns!
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