NALDOVELHO
Uma pitada de loucura,
um sorriso sem juízo,
um cálice de ternura,
se for do gosto,
outro de absinto.
A vontade de caminhar
do lado certo da estrada,
ainda que de vez em quando
eu me veja aos tropeços,
caminhando do lado errado.
Dúzia e meia de rosas,
todas sem espinhos,
pois a possibilidade da dor
ainda é um tormento,
e a pele é muita fina
qualquer coisa faz sangrar.
Um monte de palavras
misturadas, a gosto,
em cima de uma mesa,
papel em badeja:
amor, solidão, desejo,
carinho, saudade, um beijo.
A janela entreaberta,
luz do abajur acesa,
vento frio varrendo a cidade,
mês de abril, outono.
Na vitrola, Dori e a Nana,
num velho disco de vinil.
Nada mais adequado:
lembra de mim?
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