NALDOVELHO
Por que tantas paredes,
tantas portas, tantos cadeados,
tantas trancas, tantas
tramelas?
Por que a verdade
escondida
nessa sala estranha e vulgar?
Por que tantos espinhos
a impedir nosso acesso?
Se em teus olhos
eu não vejo a ternura,
por que insistes em
caminhar
pela noite escura?
Por que a palavra
atirada como farpa?
Por que tantos abismos?
Tu sabes quantos de nós
moram do outro lado da
rua?
Sabes quantos passam
fome?
E quais são os nossos
nomes?
Por que finges nos dar
a mão,
quando na realidade
estão fechadas as
portas
do teu coração?
Não queiras beber das minhas
lágrimas,
elas não vão matar tua
sede,
tão pouco vão amenizar
tua culpa
e te trazer o perdão.
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