NALDOVELHO
Como se fosse a fome
ela doeu em meu
estomago,
revirou minhas
entranhas,
me jogou num labirinto,
até hoje busco a saída,
uma trilha, um fio de
esperança
trazido por um novelo
de lã.
Como se fosse a nostalgia
ela mexeu em meus
guardados,
espalhou o caos pela casa,
questionou minhas
verdades,
contrariou minhas
vontades,
deixou veias e artérias
entupidas,
cicatrizes em meu
coração.
Como se fosse a paixão
ela disse que era um
sonho,
deixou marcas, mapas,
vestígios,
escreveu muitos poemas
e assim sem mais nem
menos partiu,
deixando cheiro de
ausência
entranhado em minhas
mãos.
Como se fosse o amanhã
ela deixou janelas e
portas abertas,
necessidade de
continuar no caminho
e eu tive que me
reconstruir por inteiro,
renascido das minhas cinzas,
poeta dos meus escombros,
passageiro da solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário