NALDOVELHO
Tenho
espinhos espetados pelo pé,
lembranças do
tempo
que eu
caminhava pela fé.
Tempos
consagrados à loucura
de acreditar
que tudo eu podia
e não
importa o que eu fizesse,
ainda assim o
merecia!
Ergui pontes
que uniam cidades
que não se conheciam,
e nessa
faina destruí vidas
que não
aceitavam o que eu dizia.
Hoje quando
volto a esses lugares,
vejo medo e
incompreensão
nos olhos
daqueles
que nunca se
viram como irmãos.
Tenho as
minhas mãos dilaceradas
por abrir
clareiras, derrubar fronteiras...
Tempos
consagrados ao trabalho
de levar Sua
palavra a todos lugares
e não
importava as crenças
que por lá
cultivavam!
Mais uma vez
destruí vidas
daqueles que
não aceitavam
minhas
palavras como Suas.
Hoje ao
caminhar por essas estradas
sinto a dor
daqueles que sofreram
e escuto o grito
daqueles que pereceram.
Hoje eu tenho
em meu corpo muitas chagas
e em meu coração
uma certeza:
muitos dos
que padeceram em minhas mãos
hoje se
sentam a Sua mesa
e eu ainda
luto para merecer Seu perdão.
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