quarta-feira, 1 de outubro de 2014

MAYARA

    NALDOVELHO

    Uma estrela nasceu dentro da minha boca,
    quando fui bocejar a danadinha escapuliu
    e era uma estrelinha matutina,
    com gosto de café coado bem forte,
    e dançava sobre a mesa,
    assim como dança uma bailarina,
    e cantava cantigas tão lindas,
    nem sei onde aprendeu!
    Passado algum tempo
    ela foi para o parapeito da janela
    e ficou por lá um bom tempo
    a olhar para o céu.
    Ao entardecer, já não tão pequenina,
    olhou em minha direção,
    sorriu um sorriso de princesa
    e me disse adeus!
    Daquele dia em diante,
    todas as noites eu vou para a janela
    e tento descobrir o paradeiro
    da minha estrela princesinha,
    e fico aqui inventando
    o destino que Deus lhe deu.
    Invento até que ela já é uma rainha,
    e que o seu nome é Mayara
    e que um dia, passada a tormenta,
    eu vou poder morar lá.
    Como é bom ser poeta
    e poder inventar histórias
    tão bem inventadas,
    que até eu costumo acreditar.

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