NALDOVELHO
Uma estrela
nasceu dentro da minha boca,
quando fui bocejar a danadinha escapuliu
e era uma
estrelinha matutina,
com gosto de
café coado bem forte,
e dançava
sobre a mesa,
assim como
dança uma bailarina,
e cantava
cantigas tão lindas,
nem sei onde
aprendeu!
Passado
algum tempo
ela foi para
o parapeito da janela
e ficou por
lá um bom tempo
a olhar para
o céu.
Ao
entardecer, já não tão pequenina,
olhou em
minha direção,
sorriu um
sorriso de princesa
e me disse
adeus!
Daquele dia
em diante,
todas as
noites eu vou para a janela
e tento descobrir
o paradeiro
da minha
estrela princesinha,
e fico aqui
inventando
o destino
que Deus lhe deu.
Invento até
que ela já é uma rainha,
e que o seu
nome é Mayara
e que um
dia, passada a tormenta,
eu vou poder
morar lá.
Como é bom
ser poeta
e poder
inventar histórias
tão bem
inventadas,
que até eu
costumo acreditar.
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