NALDOVELHO
Tropeço em seu corpo
estendido no chão do
meu quarto.
Faz tempo você partiu,
mas deixou restos por
aqui.
É como se fosse um
fantasma
que às vezes se
materializa,
tumultua todo o
ambiente,
dá gargalhadas
indecentes,
cantarola aquela
maldita música
e depois levada pelos
ventos,
desaparece, vai em
frente!
Mas ficam os miasmas,
e eu os percebo
claramente
no tormento do seu
perfume
entranhado em minha
cama,
na saudade insistente
que assim sem mais nem
menos
reaparece e arde
e na maldita nostalgia
que não me deixa
dormir.
Tropeço em seu corpo
estendido no chão do
meu quarto
toda a vez que eu
percebo
feridas não
cicatrizadas,
e de nada adianta
jogar seu corpo pela
janela,
você volta, e de novo
volta!
Só para mostrar o quanto
eu amei.
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