segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CADA VEZ MAIS DISTANTE

    NALDOVELHO

    Cada vez mais distante
    da carícia da amante,
    do sorriso do amigo,
    do aconchego do abrigo,
    da delicadeza do outono,
    da ingenuidade da criança,
    das coisas que importam,
    da palavra fazedeira,
    da emoção companheira,
    cada vez mais distante.
    E os meus dias estão mortos,
    e a minha esperança se cala,
    e eu arrumo as malas,
    acaricio o batente da porta,
    olho pela janela e choro,
    qualquer hora dessas
    eu vou ter que viajar.
    Se alguém perguntar,
    digam que eu fui ali
    e volto já!


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