NALDOVELHO
Toda a vez
que eu fecho os olhos
eu vejo
aquele menino
de mãos
dadas com seus sonhos,
a caminhar pelas
ruas
destilando desenganos.
Vira e mexe
ele retorna
e diz que a solidão
ainda o devora,
madrugada pelas
ruas,
aprisionado
às esquinas,
ao sorriso
da menina
que sem mais
nem menos
lhe disse adeus!
Toda a vez
que eu fecho os olhos
eu vejo
aquele menino
nas ardências
da paixão,
meio bêbado,
meio louco,
tropeçando na
saudade,
abraçado ao
arrepio
das noites nostálgicas
de maio,
com os olhos
cheios d’água,
sem saber
como fazer.
Toda a vez
que eu fecho os olhos
eu vejo o
dia nascer:
praia
deserta, chuva fina, outono
e o menino e
suas descobertas
contabilizadas
desde cedo;
muitas
perdas, poucos ganhos,
muitos danos!
muitos danos!