NALDOVELHO
Colho pelas ruas da cidade
vestígios de lua cheia,
às vezes de quarto minguante,
raras vezes lua crescente,
pois toda a vez que ela vai embora,
leva um tempo para retornar.
Colho migalhas de sorrisos,
amores sem juízo,
teias, enredos estranhos,
sonoridades dissonantes,
música que alguém esqueceu,
ou tem medo de cantar.
E em meio aos escombros
encontro sempre delicadezas,
lágrimas, essências, sutilezas,
folhas rasgadas de um livro
que alguém começou a escrever,
mas não foi capaz de terminar.
Colho muitas coisas pelas ruas,
algumas servem apenas como entulho,
outras consigo restaurar,
mas existem sempre aquelas
que semeiam palavras poemas
para que eu possa continuar a sonhar.
Genial Naldo!!
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