NALDOVELHO
A boca da noite
engoliu meus sonhos
e deixou fim de festa,
ardência nos olhos,
nebulosidade de outono,
prenúncio de inverno,
vento frio, abandono.
Deixou também nostalgia,
um álbum de retrato,
terceira gaveta,
lado esquerdo do armário,
e deixou poesia
molhada de orvalho,
cicatrizes espalhadas pelo corpo,
algumas ainda doem,
outras são como medalhas,
batalhas travadas
pelas trilhas desta vida.
A boca da noite
engoliu meus sonhos,
mas forjou em minha alma
uma vontade inquebrantável
de continuar na jornada,
pois ainda que eu morra mil vezes,
no caminho continuarei,
este é o meu rito sagrado,
esta é a minha lei.
Continuo a seguir suas leis.
ResponderExcluirParabéns por mais esse poema.
Abraços.
Uly Riber