Outro dia numa conversa
reservada com uma figueira
que eu tenho no quintal lá de
casa,
ela me confidenciou entristecida,
estar apaixonada por azaleia
e que o jasmim, por inveja ou ciúme,
havia formalizado uma denúncia
aos rigores do monsenhor.
Como aqui lá em casa é uma
monarquia,
eu levei o caso à rainha
que prontamente ordenou
que eu verificasse se era recíproco,
e assim sendo providenciasse um vaso
enorme
e para lá transplantasse azaleia,
colocando-a ao lado do seu amor.
Nunca vi uma azaleia tão florida,
nem frutos com tanto sabor.
Monsenhor ficou irritado
e exasperado argumentou,
mas eu prontamente lhe disse
ser apenas um poeta,
uma espécie de bobo da corte,
e que apesar de ter acolhido
as ordens com muito bom grado,
eram ditames da rainha
e que ali era um estado laico,
portanto ele que ficasse quieto
e parasse de nos causar dissabor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário