NALDOVELHO
E se o tempo nos fizesse uma surpresa
e nos trouxesse a vontade de construir
abrigos?
Quão acolhedores seríamos?
Deixaríamos janelas e portas abertas?
Ou só receberíamos por lá,
o amor, a ternura e o carinho?
E assim sendo, seriam necessitados
aqueles que batessem à nossa porta?
Seriam eles os pobres de espírito,
portadores de doenças da alma,
gente em busca do perdão e da compreensão?
Ou nesses abrigos só seriam aceitos
os puros de coração?
Que abrigos seriam esses?
Hospitais de cura ou prisões?
Seríamos nós nessas casas de acolhimento,
terapeutas, ou carcereiros?
Um velho peregrino uma vez me disse
que seres de luz não precisam ser
acolhidos,
pois eles são o próprio abrigo,
a própria redenção.
Respondam-me então:
que abrigos construiríamos?
E se em algum deles poderíamos acolher
a nossa intolerância e incompreensão?
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