segunda-feira, 6 de junho de 2016

MADRUGADA DE SAUDADE

    NALDOVELHO

    Madrugada de saudade pelas ruas da cidade,
    na procura da poesia, no silêncio das esquinas,
    nos bares entristecidos e vazios,
    nas janelas gradeadas, no rosto solitário da menina,
    na vontade de beber noites e noites de orvalho,
    na incapacidade de vencer nossos medos,
    pois hoje a cidade vive sitiada;
    sitiada por quem nos vê como inimigos,
    e por pouca coisa ou quase nada
    tem o poder de dar um fim às nossas jornadas.
    E o que nos resta é o passado,
    é amanhecer abraçado à nostalgia,
    é sonhar que nos distantes mora a magia,
    talvez na Pasárgada do poeta,
    quem sabe possamos por lá
    ser novamente felizes?

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