NALDOVELHO
Eu
preciso de uma canção
que
extraia dos meus versos as lágrimas,
que
nem sei por que cargas d’água,
eu teimo em chorar por lá;
que
tenha uma melodia inusitada,
que
dissipe nuvens sombrias,
que
traga em sua pauta uma chave,
que
abra muitas portas,
que
saúde o fim da clausura,
que
seja candeeiro aceso
em
noite solitária e escura,
que
me restabeleça a paz.
Eu
preciso de uma canção
que
tenha harmonias sagradas,
que
seja abrigo seguro
e
ao mesmo tempo estrada,
que
fale do amor que eu tenho
e
ao mesmo tempo não tenho,
dos
poemas deixados registrados
nas
paredes daquela casa,
que
possa revelar o mistério
das
águas que correm macias,
que
já foram nuvens, já foram chuvas
e
amanhã serão mar.
Eu
preciso de uma canção
com
cheiro de lua cheia,
que
me lembre do primeiro beijo,
que
me cause tremor nas pernas,
que
seja plena em delicadezas:
seu
sorriso, seu olhar, sutilezas;
que
seja molhada de orvalho
e
que faça o tempo correr ao contrário,
que
me faça sentir arrepio
ao
lembrar daquela praia deserta
naquela
noite de novembro
e
de uma certa brisa quente pelo ar.
Belo poema. É a própria canção que inspira o o autor! Meu abraço.
ResponderExcluirBelíssimo poema, parabéns amigo Naldo Velho, mais uma pérola para a preciosa coleção.
ResponderExcluirCOMO UMA ONDA NO MAR OU CHOVE , CHUVA...<3..:)
ResponderExcluirMAGAL ROCHA....!!!!
Poeta Naldo Velho esta tua poesia é um apelo ao aconchego regado a uma cantiga de ninar sob uma lua cheia e brisa suave. É a lembrança de uma fase inesquecível e esquecida no tempo. É o sonhar de olhos abertos enquanto se tem sentidos para valorizar a beleza, a natureza e o amor. Bravo!
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