NALDOVELHO
E
se eu pudesse quebrar as vidraças,
estilhaçar
meus espelhos,
expulsar
do quarto as traças,
jogar
fora os relógios,
rasgar
todos os poemas,
exorcizar
meus fantasmas,
deixar
de sentir saudade,
morrer
de amor pela última vez?
E
se eu pudesse falar um monte de bobagens,
dar
gargalhadas indecentes,
beber
de novo tonéis de aguardente,
fumar
um baseado inteiro,
cometer
mais um caminhão de heresias,
pintar
quadros ao invés de escrever poesias,
andar
pelado pelas ruas da cidade,
morrer
de amor na mais tenra idade?
E
se eu pudesse ignorar minhas feridas,
sorrir
a cada ofensa recebida,
descobrir
onde mora a esperança,
voltar
a ser uma ingênua criança,
tirar
você para mais uma dança,
me
ajoelhar aos pés da Virgem Maria,
confessar
os meus pecados,
cometê-los
todos de novo?
E
se eu pudesse morrer de amor pela última vez?
E
se isto me acontecesse na mais tenra idade?
E
se eu pudesse pedir perdão a você?
Divino Poeta querido, beijos
ResponderExcluirótimo, poeta! Compartilho o sentimento...
ResponderExcluirMais um poema que deixa a beleza, a sensibilidade e a competência expostas em versos.
ResponderExcluirCom o meu carinho e admiração sempre!
Fantastico meu querido poeta.Ilca Karla Santos
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