NALDOVELHO
Quando
aquele dia morreu
eu
abri uma garrafa de vinho
e
brindei zero hora,
saí
mundo afora
sem
promessa nem planos
e
em minhas malas
pouca
roupa, muitos sonhos,
coisas
preciosas, guardados,
segredos
só meus, delicadezas.
Quando
aquele dia morreu
eu
não chorei minhas dores,
abri
a porta, espantei a névoa,
colei
em meu rosto
um
sorriso abusado,
escrevi
poemas
em
homenagem aos meus tombos,
e
a cada ferida curada,
mais
uma garrafa de vinho,
me
embebedei!
Quando
aquele dia morreu
eu
não quis saber de saudades,
rasguei
seus retratos, suas cartas,
contei
para mim mesmo
um
monte de mentiras,
andei
por madrugadas
banhadas
de orvalho,
amanheci
solitário,
envolto
em sutilezas
e
sem ter mais nada a perder.
Maravilhoso querido amigo Naldo Velho. Parabéns por tanta sensibilidade. Daisy Jael.
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