NALDOVELHO
Quando
o martelo
despreza
o prego e prefere o dedo,
a
língua desfia impropérios,
blasfema,
pragueja.
Mas
ainda assim o prego continua lá,
precisando
unir pedaços de madeira
para
dar segurança ao estrado.
Quando
a janela
despreza
o dia e prefere a clausura,
o
poeta se desespera e sufoca o verbo.
Nostalgia,
solidão, melancolia!
Mas
ainda assim o dia continua lá,
precisando
trazer luz para dentro do quarto
para dar asas a criação.
Quando
o espírito
despreza
a música e prefere o silêncio,
a
poesia desfia amarguras
e
chora a aridez que existe por dentro.
Mas
ainda assim a música continua lá,
precisando
causar arrepios
para
que a vida possa despertar.
Adoro! :)
ResponderExcluirDesprezos também geram magníficas poesias!
ResponderExcluirParabéns, sempre!
Abraços