NALDOVELHO
Mesmo
que o dia amanheça
e
o sol envolto em cobertas não apareça,
mesmo
que as chuvas enxaguem
as
feridas que em meu corpo ainda ardem,
mesmo
que as lagrimas permaneçam encravadas
a
zombar de todo o meu patético esforço,
mesmo
que o trem continue atrasado
e
o último livro morra engavetado,
eu
digo que vou brindar a saudade,
as
rugas em meu rosto, a nostalgia que arde,
a
necessidade de caminhar aos trancos e barrancos,
a
possibilidade da morte ao escorregar do meio fio,
as
palavras que brotam como nascente de um rio,
a
música que ainda toca em meus ouvidos,
a
magia de poder me reconstruir a cada tombo,
a
capacidade de descobrir coisas em meio aos escombros,
a
habilidade de voar com asas de voar por dentro,
a
vontade que tenho de fumar um último cigarro,
quem
sabe também uma boa dose de conhaque,
pois
eu sei, ainda sou um sombrio e frágil esboço
e
mesmo que desafiadoramente eu me ponha a sorrir,
meu
espelho não mente e eu brindo ao porvir!
Lindo...lindo...demais de lindo...grande e carinhoso abraço querido poeta.
ResponderExcluirPOETA AMO SEUS POEMAS ESTE TA UM POUCO TRISTE MAS TM TIM A POESIA.Ilca Karla Santos
ResponderExcluirbrindemos, pois, impunemente
ResponderExcluirà frágil coragem que se ergue
sobre o relutante espelho dos dias