NALDOVELHO
A
minha água é pouca
e contida pelas minhas reminiscências,
represada
pelos quereres de um tempo
onde
chorar eu não podia.
O
tempo passou,
aquelas
pessoas já se foram,
mas
as marcas ficaram.
Desaguar
é um luxo
do
qual eu não poderia usufruir,
até
porque não saberia como!
Restaram-me
as palavras,
e
eu choro através delas,
só
assim consigo amolecer um pouco
meu
coração emparedado
nas
dores do meu passado,
só
assim consigo diminuir a distância
que
existe entre o poeta e o mundo,
entre
o homem e as pessoas.
Só
assim consigo quebrar o silêncio
e
desencravar do meu umbigo
angústias
e emoções
que
eu não aprendi a demonstrar.
Meu
poema é pedra mergulhada
num braço de rio
que
nunca chegará a ser mar.
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