quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ROSEIRA TREPADEIRA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   Não importa que as portas
   estejam fechadas,
   haverá sempre uma possibilidade,
   um descuido, uma fresta,
   por pequena que seja, não importa!
   Alguém ao entregar uma carta,
   ou então um buquê de flores,
   quem sabe a necessidade
   de se arejar o ambiente,
   custa nada acreditar!
   Talvez ao abrir as janelas,
   ao olhar para as luzes da cidade,
   ao deixar que a friagem da noite
   acaricie seu corpo...
   Às vezes a madrugada
   prega uma peça,
   e traz vontade de andar pelas ruas,
   de dobrar esquinas,
   de colher gotículas de orvalho
   nas folhas daquela roseira trepadeira
   que insiste em galgar muros,
   que quer ganhar mundo...
   Quem sabe você se mira nela,
   abre o seu coração
   e deixa a luz do sol entrar.
   Não importa quanto tempo leve,
   fantasmas um dia vão ter
   que abandonar este lugar.

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