A
boca nervosa
mastiga
palavras,
saliva,
lágrimas,
rumina
obscenidades,
cospe
metáforas,
blasfêmias,
heresias,
diz
que é capaz
de
fazer poesia,
mas
se esquece
que
seus versos
percorrem
caminhos
sombrios,
ardidos,
que
passam queimando
pela
garganta,
pois
trazem o assombro
de
uma alma doída,
pelos
cortes, pelas perdas,
pelo
sangue pisado,
feridas!
A
boca mente,
tem
a pretensão de ser poeta,
engana
todo o mundo,
é
capaz até
de
contradizer o coração
e
desprezar o que ele sente.
Boca
covarde,
não
foi capaz de dizer:
“fica,
pois eu te amo!”
Apenas
sorriu
um
sorriso amargo,
no
dia em que ela partiu!
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