Ente dois mundos
o poeta caminha aos tombos,
ora se achando um louco,
ora se achando um tolo.
E assim ele vai
semeando seus versos,
ora encharcados de saudade,
ora saídos dos escombros.
Entre dois mundos
o poema se contorce nervoso,
ora vestido de assombro,
ora molhado de sonhos.
E assim ele vai
dobrando as esquinas,
atravessando a cidade,
e de porta em porta
semeando suas verdades.
Entre dois mundos
o homem tenta sobreviver,
ora ele se alimenta de
delicadezas,
ora ele naufraga nas incertezas.
E assim ele vai,
ora assoreado na margem de um
rio,
ora chama que arde num curto
pavio,
mas sempre e sempre, poesia,
seja lá onde for
que este caminho vá dar.
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