sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

EU AINDA ME ASSOMBRO

    NALDOVELHO

    Eu ainda me assombro
    quando a vida me deixa do avesso,
    quanto o tempo cobra o seu preço,
    quando a morte passa por perto,
    quando eu caminho por vales desertos,
    quando a solidão me leva a loucura,
    quando eu colho pela vida a ternura.

    Eu ainda me assombro
    quando o destino embaraça os fios,
    quando o amor nos causa o arrepio,
    quando o espinho me abre feridas,
    quando alguém que amo traz despedida,
    quando o vento me abre a janela,
    quando eu sinto saudades dela.

    Eu ainda me assombro
    quando eu percebo em mim a magia,
    quando a palavra transpira poesia,
    quando o sorriso germina esperança,
    quando a vida me chama para mais uma dança,
    quando eu descubro que nada tenho de meu,
    quando eu percebo a presença de Deus.
    

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