NALDOVELHO
Aprender a cultivar
na realidade
os sonhos,
abrir mão das
conquistas vãs
e das suas heranças
malditas,
saber
caminhar pelas sombras
sem tropeçar
nos escombros,
não se
entregar a loucura,
aprender a
linguagem das pedras
em suas
pequenas ranhuras,
semear
jardins de ternura
e apesar da
possibilidade do limo
e do flagelo
da solidão,
colher na
existência
fragmentos
de luz,
esfregá-los pelo
corpo
como quem
busca um conforto,
uma
luminosidade que possa
nos guiar na
escuridão.
Morrer
sucessivas mortes,
renascer na
incompletude
quantas
vezes forem necessárias,
até que integrados
ao caminho
possamos ter
uma derradeira morte
que nos
liberte de nós mesmos
e nos
permita a imensidão.
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