segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

CAMINHOS DA IMENSIDÃO

    NALDOVELHO

    Entre a porta de entrada
    e o portão da rua
    um cão feroz guarda
    a existência de um regato,
    uma roseira espinhenta
    roga pela coragem de um abraço,
    um caminho de pedras
    a espera dos seus passos,
    fantasmas vagam impunemente,
    em de busca regaço,
    faz tempo circulam perdidos,
    presos que estão
    a inevitável solidão.

    Entre a porta de entrada
    e a porta do meu quarto,
    lembranças entranhadas
    em cada canto, em cada pranto...
    Algumas passam o tempo
    tentando sensibilizar o poema,
    outras tentam desafiar minha razão.
    Uma estante abarrotada de livros,
    a maioria esquecidos,
    faz tempo não leio nada,
    vista cansada, silêncio, palpitações.

    Dentro do meu quarto
    pássaros noturnos
    zelam pelo meu sono.
    Caminhos de pedras, muitos sonhos
    esperam pelos meus passos,
    caminhos da imensidão! 

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